2.04.2015

Assunto do dia: o tal vídeo sobre os turistas brasileiros

Oi oi gente!

Tudo bem?

Resolvi postar aqui sobre o vídeo que está sendo comentado por todo o Facebook.
E só para avisar, não esqueci do post sobre livros; ainda não está do jeito que eu gosto, mas já está na lista para sair. #keepcalmandwaitalilmore

Mas vamos ao assunto de hoje! Para quem não sabe, dois humoristas gravaram um vídeo de como é o comportamento dos brasileiros na Disney, com base em anos de trabalho no parque. Aviso: você pode se ofender.

Segue o link: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/02/turistas-brasileiros-viram-motivo-de-piada-na-disney.html

Primeiramente, quero deixar bem claro que esse texto reflete o que eu penso e o que eu vivenciei. E quem quiser debater, me chama que a gente faz um encontro, compra umas guloseimas e fala disso até cansar - ou não chegar em conclusão nenhuma, vai saber! #letstalkaboutdisney

Em três temporadas de trabalho na Disney, sendo uma entre novembro de 2006/janeiro 2007, outra entre junho e agosto de 2012 em hotel dentro do complexo e a última entre maio e agosto de 2014 no próprio Magic Kingdom aonde o vídeo foi gravado, além das minhas férias, vi e passei por muitas coisas, tanto com americanos, quanto com brasileiros, quanto com outras nacionalidades. Ou seja, não podemos generalizar todo um país por causa de meia dúzia. Não é exclusividade nossa agir de forma, digamos, desrespeitosa.

O post é longo, então se acomoda, pega uma bebida, um lanchinho e boa leitura!

Comunicação:
Antes de mais nada, vamos lembrar de um ponto bem importante: a Disney não é feita apenas de trabalhadores americanos. A empresa sabe muito bem que depende dos turistas, e por essa questão, contrata pessoas do mundo todo para passar uma temporada no complexo, desde os parques, passando pelos aquáticos, até hotéis e Downtown Disney, nas mais diversas áreas. Ou seja, durante o ano inteiro você acha pelo menos uma pessoa que fala português, espanhol, alemão, francês, etc por lá, isso sem falar nos mapas disponíveis na entrada dos parques, no Guest Relations, nas lojas e em alguns carrinhos. Resumindo, mesmo quem não fala nada - ou muito pouco - de inglês, consegue se virar.

Lembrando que, como há quem goste de nós por lá, vi casos de esforço valendo até um espanhol básico para conversar com brasileiros - inclusive vi uma atendente do Denny's se esforçando para atender minha mãe, com a maior simpatia do mundo -, mas infelizmente há quem não tem a menor paciência, pois acha que todos deveriam falar inglês. #preconceitochato
E claro, nós também arriscamos no espanhol, na mímica, apontar no mapa.. Me lembro que alguns argentinos que adoravam ver que a gente se importava e tentava falar com eles. #saudadesparkentry #saudadescoworkermissaventura

Adendo: no espetáculo da Bela e a Fera no Hollywood Studios tem cast members que conhecem a linguagem dos sinais, e apresentam o espetáculo inteiro em libras para os surdos/mudos, então ta aí mais um exemplo de que a Disney se importa com todos, sem excessão.

Confusão de atrações:
Eu mesma já tive que responder perguntas como "é muito longe para ir até a Universal? posso ir andando? onde fica o Harry Potter?" e até mesmo tive que lidar com pessoas que confundem os próprios brinquedos entre os parques da Disney, e já ouvi uma guia falando para o grupo que o desfile da tarde é o mesmo da noite, seja em 2006 ou em 2014. E não, isso não é exclusividade de nós, brasileiros. Até já perguntaram para uma greeter aonde era o castelo do Magic Kingdom, e pasmem, a pessoa estava no meio da Main Street! Eu estava do lado dela, e não acreditaria se me contassem isso. #fatosdavida

Ok, é muita informação para quem vai pela primeira vez - se for sem grupo então, é claro que vai pedir ajuda para todos que encontrar pela frente - então é inevitável se confundir um pouco. Mas, internet e agentes de viagens estão ai para ajudar. #sejoganapesquisa

Sobre o preconceito e boa vontade americanos x brasileiros:
Já conheci americanos que são preconceituosos e outros que não são, mas também há brasileiros preconceituosos com americanos e outras nacionalidades.  
Já vi americanos que tem pavor em lidar com grupos de adolescentes que cantam alto e são falantes - e no hotel até dá para entender o trauma depois de alguns casos de destruição nos quartos -, e tem aqueles que amam quando os grupos chegam, e muito se deve por um fator: o guia.

OBS: não vamos esquecer da eterna rixa entre brasileiros e argentinos, que já rendeu stress em alguns greeters tanto em 2012 quanto em 2014, mas como toda regra tem excessão, já vi essas duas nacionalidades se juntarem tranquilamente e conversarem sem brigas.

Sobre o guia e o comportamento do grupo:
Vamos pensar que um grupo pode ter 50 ou 200 adolescentes, longe dos pais pela primeira vez, e cada grupo tem um número de guia ou guias. Essa é a pessoa responsável pelo grupo todo, e é quem explica sobre o país, um pouco sobre o comportamento adequado, regras, entre outros, e é o exemplo do grupo. #sigaolider

Em 2012 passei por todos os turnos nos hotéis All Star Resorts Sports e Music (fiquei bem pouco no Movies). Já tive caso em que os guias super cooperavam com os greeters, e houveram guias que se achavam superiores; tive caso em que realmente fiz a ponte entre hotel e grupo, desde ajudar a organizar reunião na food court tarde da noite, até pedir a colaboração para retirar bandeija. Lembro de um manager ficar todo feliz com a chegada de certos amarelinhos no Music, uma prova de que o grupo pode ser alegria dos funcionários. Agradecimentos especiais para os guias que conheci em 2012 e reencontrei em 2014! #loveuguys
Já me contaram de adolescentes brasileiros desrespeitando os greeter no Movies... #foitenso

Tive caso de grupo de argentinos no meio do caminho, onde o grupo não colaborou, mesmo vendo que nós estávamos trabalhando no hotel, e então apelamos para os guias. Já tive que falar mais alto na fila do restaurante quando alguns queriam fazer fila dupla. #primeiravezgritandocomguest

Ano passado, a interação com os guias eram bem curtas, e no parque pode ser uma dor de cabeça inacreditável! Devo ter contado aqui, mas para quem não sabe, tivemos um caso de desrespeito por parte de dois guias, no mesmo dia, da mesma empresa; até os managers do restaurante se envolveram!

O primeiro caso foi no restaurante Tomorrowland Terrace, onde o guia foi extremamente mal educado com nós greeters e com a gerente brasileira do restaurante. E claro, o grupo seguindo o exemplo, fez o mesmo. Depois de uma pequena conversa entre ele e o manager americano, ele abaixou a cabeça, mas não se desculpou. #seachandoomachoalfa
Em menos de duas horas, tivemos uma guia que queria que nós guardassemos lugar enquanto ela levava o grupo em uma atração, por causa do horário do fast pass;como foi negado, por razões óbvias, ela simplesmente disse que todos os guias nos odiavam e queriam que a gente morresse. Ai como foi total falta de respeito, conversamos com o manager e ele ia cuidar disso.

A parte engraçada é que ela disse que não podia tirar os olhos das crianças dela, mas ficou na frente de todos vendo o desfile, ignorando todo o grupo atrás dela, além de rir das nossas caras. #comonaoserguia

Teve um caso, durante uma chuva, na Emporium, onde foi trabalhosos, pois era um fulano disse isso, gerente disse aquilo, pode, não pode, mas no final, eu, a guia e as gerentes conseguimos contornar a situação e todos ficaram felizes. #colaboracaoconjunta

Outro que posso citar, e que foi um dos divertidos, foi a nossa tentativa de hula pela Main Street. Claro, os guias adoraram a nossa idéia, mas não conseguimos completar a volta. Alguns guias até nos apresentavam ao grupo, chamavam para brincar, dançar, etc. #trabalhandoesedivertindo

Já vi briga entre grupos argentinos e brasileiros no meio da Main Street em 2012, e sinceramente, foi tenso! Ano passado tivemos até que ameaçar expulsar do parque!

Nem vou falar das famosas líderes de torcida, pois elas lotam os parques e também bagunçam, tanto quanto nós. Ou pior.

Resumindo, mal comportamento não é exclusividade nossa. Pode ser exemplo - bom ou ruim - do guia, falta de educação em casa, ou até mesmo, há aqueles que acham que, por estarem longe de casa, podem fazer o que quiserem.

Agora uma pequena confissão: eu estava um dia pelo parque, passeando, e senti um pouco de vergonha de ser brasileira, por causa de um grupo que estava cantando muito alto - mesmo! - na Tomorrowland depois do almoço, e todos estavam olhando para o grupo! Ok, ser alegre e cantar é uma coisa, mas achar que está em trio elétrico, causando pelo parque, querendo esfregar na cara de todos que é brasileiro, ai já passa um pouco dos limites né! Boatos que o pessoal dentro das atrações conseguiu ouvir o grupo..
E daonde surgem aquelas seleções de músicas antigas e chatas? #algumguiamerespondeessaporfavor

Posso falar disso em vários posts, dar vários exemplos de comportamento entre parques, shows e hotéis, mas esse é um assunto que nunca acaba, pois a cada ano a situação e as pessoas que trabalham e visitam Orlando mudam, mas acho que por hora já está mais que suficiente.

Agradeço mais uma vez por ter conhecido pessoas maravilhosas nas minhas duas idas como Super Greeter. Guias que fizeram a diferença nos hotéis e no parque, e que realmente trabalham em equipe, e que tornou o trabalho do lado de cá muito mais fácil e prazeroso! E claro, a Lu pelas diversas inspirações, e por ensinar mais sobre esse trabalho maravilhoso.

Novamente, o post sobre livros está no forno, então aguentem que logo logo sai! =)

Espero que tenham curtido esse texto enorme de hoje, e espero a contribuição de vocês atrás de comentários aqui ou no Facebook.

Have a magical day!
°O°

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